20/07/2011

Narrando as Cartas para meninos e meninas da Escola Professor Mourão Filho, no RJ

Na quinta-feira, dia 14 de julho, fui passar o dia na Escola Professor Mourão Filho, também no Complexo do Alemão, no RJ.

Como as aulas já estavam por terminar e as celebrações da festa junina estavam a todo vapor, a Diretora pediu que misturassem turmas e assim, acomodamos, no auditório, cerca de 80 crianças pela manhã, e outras 80 de tarde. Como tinham crianças menores, das séries iniciais, fui menos lendo e mais contando/dramatizando a história projetada no datashow.
Com cada grupo a reação e os pontos de destaque são diferentes... o que muito me enriquece como autora. Os da manhã, com mais crianças menores, faziam rápidas associações de ideia, principalmente durante a narração – viam a foto da menina carregando um bebê e logo começavam: Eu também cuido da minha sobrinha; E minha mãe teve um bebê...; E minha cachorra também teve um monte de bebês! E assim ia, de ponto em ponto, novos nós sendo atados a partir da história narrada: Eu já comi dendê; Eu quase morri uma vez com tanta pimenta na comida; Eu aguento pimenta forte; Minha avó gosta de pimenta; Meu tio é da Bahia; Minha mãe já foi na Bahia; Meu vô... meu vô veio da África!
 


O grupo da tarde tinha mais crianças maiores, e assim, as intervenções ao longo do processo são menores. Mas ao final, estavam interessados em saber, sobretudo, sobre o próprio processo de escrever: É difícil? Como você consegue escrever tanto?; Você tem outros livros?; A história é de verdade?; Vocês vão fazer outro livro das Cartas?...
 
Saí mais uma vez feliz e, ainda por cima, com dois lindos vasinhos de violeta!

Revisitando a Escola Affonso Várzea, no RJ

A manhã tinha sido animada na Escola Rubens Berardo. Bem pertinho dela estava a já conhecida Escola Affonso Várzea, onde Virgínia e eu contamos a história do “Cartas entre Marias” no ano passado.
Dessa vez eu estava só, diante de cerca de 130 meninos e meninas de turmas variadas, sentadas no auditório. Poucos tinham conhecido o livro no ano passado; mas a esmagadora maioria ainda não tinha tido acesso a ele. Assim, a opção foi por ler a história, projetando-a pelo datashow. A professora da sala de leitura estava bem animada!
 

 

 

Cada frase ou imagem suscitava reações e participações interessantes por parte das crianças – durante e depois da história: eu vou na Lan House usar o email; Eu escrevo cartas para minha avó, que mora na Paraíba; Minha tia mora em Florianópolis também; Eu já vi um jipe; Elas estão tirando água do poço?; Olha os peitos da mulher!; Lá tem jacaré? E a Anaconda??; Elas comem com a mão... e bebem como?; Se ficam doente, como compram os remédios?; Se chove, como vão estudar?; Na aldeia tem escola?; O bebê não cai?!; Eu também tomo conta do meu irmãozinho; Eu também ajudo em casa; etc.
Engraçado era ver a alegria dos que já conheciam a história em serem cúmplices do “segredo” e não adiantarem o final para os demais... =)
Também os materiais da Pinacoteca do Estado de São Paulo e da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis foram entregues e serão bem utilizados! E também ali ficou combinado que termos a participação das crianças na versão final do próximo livro... Aguardem!

Conversando sobre as Cartas entre crianças da Escola Municipal Rubens Berardo, no RJ

Era dia 12 de julho, terça-feira de sol no Rio de Janeiro. Bruno Lopes, do CIEDS, marcou de me encontrar no metrô de Botafogo para seguirmos viagem juntos até o Complexo do Alemão. Infelizmente Virgínia não pode ir, pois estava fotografando fora do país. Comigo estava a amiga Marcia Strazzacappa, atriz, dançarina e pesquisadora da Faculdade de Educação da UNICAMP. No RJ para apresentação de um trabalho num seminário acadêmico, Marcia não resistiu à oportunidade de ir conosco para esse evento – nada acadêmico! – mas extremamente rico e pulsante: um encontro com cerca de 80 crianças de duas turmas de 5º. ano do Ensino Fundamental, alunas e alunos da Escola Municipal Rubens Berardo.
A escola tinha dois exemplares do livro – um doado pela editora, ano passado, às cinco escolas que na época pertenciam ao Projeto Bairro Educador; e outro recebido da Prefeitura, que adquiriu mil exemplares em 2010. As duas turmas tinham lido o livro e feito atividades a partir dele: basicamente desenhos e histórias do país em questão – a Guiné Bissau.
 

 

A equipe nos acolheu com muito carinho e atenção. Logo na chegada entreguei à Diretora um pacote de pranchas e outros materiais de arte que foram doados pela Pinacoteca do Estado de São Paulo; e também um pacote com três DVDs com curtas infantis selecionados nos dez anos da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, igualmente doados para essa escola.
Oportunizar que as crianças tenham acesso a materiais de qualidade – no caso, imagens e textos sobre Artes Visuais, e imagens cinematográficas – é fundamental! Virgínia e eu ficamos muito agradecidas por podermos ter intermediado essas doações...    
Nos reunimos na sala de informática. As crianças e adultos estavam atentos e participativos. Como já conheciam o livro, falei um pouco da trajetória da Virgínia, da minha, de como nos conhecemos, do processo de elaboração do livro.

 

 

Ficaram empolgados de saber que outras crianças tinham tido acesso ao livro ainda em sua versão preliminar e tinham podido opinar! Já ficou firmado que o próximo, já em andamento – Cartas entre Marias: uma viagem à Amazônia – será ali também debatido antes de ser editado! A Escola Rubens Berardo centra seu projeto pedagógico em cima da do slogan “uma escola de leitores”... e tem se esforçado muito para fazer jus a isso.
Meninos e meninas fizeram perguntas e comentários muito interessantes. Quiseram saber do “segredo” e ficaram alvoroçados de saber que eu realmente conheci meu marido quando tinha 9 anos de idade... =); um dos meninos destacou como ponto alto da história a passagem que fala que a morte de um idoso corresponderia à queima de uma biblioteca. A idade das personagens também foi motivo de curiosidade, e a pergunta suscitou outra: quantos anos elas têm hoje? Muito interessante perceber o envolvimento de tod@s e a permeabilidade que a literatura possibilita na fronteira fantasia / realidade...
Recebi, ainda, lindas (e deliciosas!) rosas vermelhas com chocolate dentro! Humm... 
Beijos, abraços e promessas de que escreveriam para as “Marias” marcaram nossa despedida.